É de extrema importância “Criar um clima de comunicação em que a linguagem do educador, ou seja, a maneira como fala e se exprime, constitua um modelo para a interacção e a aprendizagem das crianças.” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1997)
A linguagem oral compreende duas dimensões, a expressão e a compreensão, surgindo articuladas e inseparáveis, num processo de comunicação. Assim, a criança utiliza a linguagem como um jogo, ou seja, pelo prazer que tem nos sons que produz, e utiliza-a como um modo de se exprimir, como meio de comunicação.
As necessidades que a criança apresenta para comunicar deverão ser colmatadas a partir da vertente expressiva, de modo a que esta vertente aumente o seu léxico e as suas estruturas da língua. Neste sentido, o desenvolvimento da expressão oral deverá surgir com a realização de práticas que abarquem a descrição e narração de situações, bem como situações de diálogo, permitindo à criança interacções verbais essenciais ao desenvolvimento da comunicação.
A atitude do educador será fulcral nestes momentos de aprendizagem, pois deverá, simultaneamente, transmitir a resposta mais correcta e não inibir a criança de comunicar as suas experiências, através da correcção ou, até mesmo, da recusa das expressões linguísticas da mesma.
A criança, quando pretende comunicar, necessita da linguagem e de organizar as suas experiências pessoais, de forma a poder expressar aquilo que realmente quer. A criança selecciona, de entre o seu léxico, as palavras que quer utilizar para expressar as suas vontades.
O facto de a criança integrar-se num contexto diferente daquele a que está habituada contacta com um meio linguístico diferente, assimilando novas situações e novo vocabulário cada vez mais rico, e também pelas interacções que estabelece com os diferentes indivíduos que nele se inserem. O que é importante de referir relaciona-se com o que é realmente essencial a criança desenvolver: uma maior precisão e clareza, aquando da nomeação do que a rodeia e poder associar “um significante ao seu significado-referente”. Posto isto, a criança alcançará uma “representação-estruturada” do mundo e do seu significado.
Todo o trabalho que é desenvolvido no jardim-de-infância relacionado com estas actividades linguísticas deve ser bastante rico, de forma a colmatar a ausência, por vezes, de condições do meio envolvente da criança. Assim, deverá proporcionar vivências que ampliem o léxico das crianças, e em situações muito diversas. Assim, é importante partir do vocabulário que a criança já detém e, posteriormente, criar novas experiências em que a mesma participe activamente, enriquecendo o seu vocabulário.
Como motivação e aprendizagem que retiramos deste trabalho, enquanto futuras profissionais neste âmbito, prende-se com a criação de um clima estimulante e envolvente para a comunicação, transmitindo à criança um sentimento de segurança e disposição para se exprimir, aquando das suas experiências.
Como objectivo fundamental para estas actividades, destacamos, o desenvolvimento, por parte das crianças, do “domínio suficiente dos recursos orais da sua própria língua para comunicar, expressar-se e organizar as suas experiências.”
A compreensão e a expressão, no decorrer das nossas actividades vão-se intercalando, numa relação de complementaridade e enriquecimento para as crianças.
De seguida, apresentaremos as planificações realizadas por nós de actividades que visam o desenvolvimento da compreensão e produção oral.
Bem hajam!
Ana e Inês
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