O resumo que iremos apresentar surge no seguimento da leitura do texto de Clara Ferrão Tavares em interacção com o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas. Estes textos inserem-se no ponto 3.1 do programa desta disciplina, pois abordam o tema da competência comunicativa.
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A comunicação não se faz só de palavras, as acções praticadas indicam, também, actos de comunicação.
Investigadores da escola americana de Palo Alto, tomando em consideração as formas não verbais de comunicação, assim como o contexto da comunicação, acreditam numa concepção total e multicanal de comunicação. Através destas concepções, desacreditam em modelos lineares de comunicação interpessoal que distinguem as funções do receptor e do emissor. No entanto, tal facto não é possível aos olhos desta concepção de comunicação, pois defendem que um emissor e um receptor não se limitam a estas funções, mas assumem simultaneamente os dois papéis. Neste sentido, só é possível aplicar os dois termos quando considerado exclusivamente o canal verbal.
Um dos fundamentos utilizados para esta concepção é a comunicação das crianças. Desde o nascimento que as crianças comunicam e, naturalmente, não o fazem sobre a forma verbal., mas através de comportamentos que nem sempre são intencionais.
Numa aula em que o público-alvo são as crianças, são facilmente detectadas outras formas de comunicação para além da verbal, como a paraverbal, a “musical” e a não verbal. Neste tipo de público estas formas de comunicação ganham especial relevância, assim como a interacção existente.
A comunicação é realizada de forma multicanal, pela ocupação do espaço e do tempo, assim como dos gestos, e de forma multimodal, ou seja recorrendo a vários suportes. Relacionado com este conceito surge a competência de comunicação. Esta comunicação traduz-se pelo conhecimento de regras psicológicas, culturais e sociais que definem a utilização da fala num contexto social.
São três as componentes que a competência comunicativa abarca: a linguística, a sociolinguística e a pragmática. A primeira componente, a linguística, integra os conhecimentos de ordem lexical, gramatical, semântica e fonológica. No entanto, não se finaliza nos conhecimentos no sentido de quantidade e qualidade, mas também na forma como esses conhecimentos são armazenados, assim como na organização cognitiva.
A componente sociolinguística tem grande impacto em toda a comunicação linguística entre culturas diferentes. A mesma diz respeito ao uso da língua segundo padrões e condições socioculturais, no entanto é necessário também considerar a existência de múltiplos canais de comunicação e a variação e complexidade das culturas dos intervenientes.
Por fim, as competências pragmáticas subdividem-se nas subcomponentes discursiva, funcional e esquemática. Estas competências integram o conhecimento das convenções acerca da organização de textos, ou seja remetem para a compreensão das características de determinado tipo de texto, assim como para o domínio do discurso. O ambiente e as interacções da cultura em que estas competências são adquiridas têm forte impacto e caracterizam as mesmas.
Estas componentes, têm como finalidade caracterizar as áreas e tipos de competências que o indivíduo interiorizou. No entanto, são passíveis de ser estruturadas e alteradas quando o mesmo é sujeito a um processo de aprendizagem.
A competência comunicativa, independentemente da língua, não é possível de ser separada das competências individuais que compreendem várias dimensões. Neste sentido, as línguas permitem realizar um melhor conhecimento do individuo e da sua cultura, assim como levam à compreensão da cultura do outro, contribuindo, desta forma, para o desenvolvimento de valores, atitudes e competências necessárias para o futuro ser social.
Referência Bibliográficas:
FERRÃO TAVARES, Clara (2007). Didáctica do Português língua materna e não materna no Ensino Básico. Porto: Porto Editora. Pps 38-41
Quadro Europeu de Referência para as Línguas, pps 34-35
Referência Bibliográficas:
FERRÃO TAVARES, Clara (2007). Didáctica do Português língua materna e não materna no Ensino Básico. Porto: Porto Editora. Pps 38-41
Quadro Europeu de Referência para as Línguas, pps 34-35
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